Síndrome da Disfunção Cognitiva
O envelhecimento é um fato para todos, mas a forma de manifestar esse comportamento difere individualmente. Como padrão, esperamos sinais da senilidade a diminuição da audição ou surdez, fraqueza muscular, dores articulares, inatividade ou intolerância ao exercício, mudanças de comportamentos, alterações do sono ou até mesmo convulsões. Porém outras doenças podem causar tais alterações, por isso é importante a avaliação geral do paciente logo nos primeiros sinais. A Síndrome da Disfunção Cognitiva pode ser comparada ao Alzheimer que afeta os seres humanos.
Estudos recentes demonstram que muitos animais idosos com problemas de comportamento, apresentam lesões cerebrais (neurodegeneração – perda da função e/ou estrutura dos neurônios), semelhantes as que médicos observam em pacientes humanos com Alzheimer. A etiologia e a fisiopatologia, ou seja, a origem/causa e como a doença se manifesta ainda são incertas. Há semelhanças patológicas entre encéfalos de seres humanos com Doença de Alzheimer e cães e gatos com a Síndrome da Disfunção Cognitiva. Acredita-se que alterações neuroquímicas que ocorrem no encéfalo em processo de envelhecimento contribuem para o déficit cognitivo progressivo.
Os sintomas podem aparecer a partir dos nove anos nos cães e, mais raramente, aos doze nos gatos. Os pacientes podem apresentar confusão mental ou desorientação, mudanças no padrão do sono – troca do sono e vigília, micção e defecação em lugares não habituais, diminuição da atividade, ansiedade e irritabilidade, vocalização, andar compulsivo, apatia e até mesmo crises epilépticas.
Para diagnóstico, os animais devem passar por avaliação geral com o médico veterinário clínico geral ou neurologista, realizando exames físico e neurológico completos, laboratoriais e de imagens (radiogradia simples/tomografia computadorizada/ressonância magnética), pois outras enfermidades podem apresentar os mesmo sintomas (como artrite/artrose, tumores cerebrais, doenças cardíacas ou metabólicas).
O tratamento é baseado em uma terapia suporte, para frear a degeneração, não sendo curativo, visto que é uma doença progressiva. Tal suporte é feito com medicações especificas, suporte nutricional, oferecendo melhor qualidade de vida para o paciente senil.
A prevenção ainda é a melhor forma de evitar as complicações dessa síndrome, procure um médico veterinário em caso de surgimento desses sinais ou se seu animal esta dentro da faixa etária, acima dos nove anos.
Oscar H. O. Matsuo – CRMV-SP 06840, Setor de Radiologia – ENDOVET
Cleiton J. Damin – CRMV-SP 33568, Setor de Neurologia Clínica – ENDOVET
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