Convulsões em Pequenos Animais
Convulsões são episódios decorrentes de uma atividade elétrica anormal, descontrolada e transitória dos neurônios cerebrais, devido a algum dano no cérebro, tendo como consequência a perda do controle do corpo. As manifestações clínicas severas e a cronicidade das crises dificultam a qualidade de vida dos pets acometidos. Por conta disso, é muito importante uma boa avaliação clínica geral e um exame neurológico detalhado. As crises podem se apresentar frequentes ou com períodos de atividade normal, e de duas formas: focal e generalizada.
A focal acomete um ou mais partes do corpo. Em pequenos animais, as crises focais ocorrem principalmente nos músculos de expressão facial, provocando movimentos involuntários palpebrais, contrações do lábio superior e pavilhão auditivo. De forma menos frequente, pode apresentar uma salivação excessiva e alterações de comportamento. Crises focais podem desencadear crises generalizadas. A crise generalizada é a forma que mais se apresenta na clínica de pequenos animais. Por generalizada entende-se o acometimento de todos os músculos do corpo, causando grande contratura muscular, com movimentos de pedalagem, perda de consciência, micção e defecação, e salivação excessiva. Nos casos de crises generalizadas seguidas, o controle com medicações e tratamento intensivo se torna necessário.
Devem-se investigar as possíveis causas da convulsão com exame físico e neurológico completos, exames complementares – laboratoriais e de imagem, para instituir uma conduta terapêutica adequada. Animais com até seis anos de idade podem ser epiléticos, forma idiopática, no qual não se consegue diagnosticar a verdadeira causa. Acima dessa idade, as convulsões podem ser devido a outras causas, tais como infecções, alterações metabólicas, intoxicações ou até mesmo neoplasias, e devem ser investigadas com mais atenção. Casos de traumatismos também são frequentes. Animais que apresentaram convulsão secundária a outra doença ou traumatismo podem se tornar epiléticos, sendo necessário o tratamento contínuo.
O tratamento consiste em: identificar e tratar a possível causa primária, uso de anticonvulsivantes, suporte e acompanhamento do médico veterinário.
O paciente epilético idiopático ou que se tornou epilético fará uso de medicações anticonvulsivantes continuamente, sendo um tratamento apenas controle e não curativo, com o objetivo diminuir as crises e proporcionar uma boa qualidade de vida aos pets. Devido ao uso de medicações prolongado, é muito importe a avaliação periódica do médico veterinário, com exames de sangue e reavaliação de doses e frequência dos medicamentos.
M.V. Cleiton J. Damin
CRMV-SP 33.568
Endovet – Centro Médico Veterinário – Clínica Geral e Cirúrgica de Pequenos Animais
Neurologia Clínica de Pequenos Animais
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